Depois de uma conversa com uma amiga onde ela perguntou o que eu fazia exatamente, fiquei pensando o quão é difícil tangibilizar os processos de conteúdo para quem não faz parte dessa rotina – inclusive para pessoas que trabalham com comunicação, mas não tem o entendimento do processo.
Hoje, com a facilidade de trabalhar com conteúdo, onde muitas pessoas automaticamente se colocam como um social media ou especialista de conteúdo por simplesmente mexerem no Canva e similares – ou então agências que vendem para os clientes uma espécie de “fábrica de conteúdo”, as pessoas simplesmente simplificam um processo que, na prática, não é nada simples. Demanda bastante estudo, análise, trocas e experiência.
Então vamos lá, porque hoje eu vou estrear a minha coluna aqui no Share, tentando tangibilizar um pouco a complexidade desse processo que eu amo – já salva esse link pra mandar pra amigos e familiares quando eles perguntarem o que é trabalhar com conteúdo 😉
Estratégia
Talvez essa seja a parte mais intangível para quem não faz parte desse processo, mas a estratégia é o primeiro passo de tudo.
Em um curso da Manu Barem, uma das fundadoras do BuzzFeed Brasil, ela disse uma frase que resume bem essa etapa: “Conteúdos têm funções na vida das pessoas”.
Ou seja, na etapa de estratégia a gente define a função desse conteúdo na narrativa – os objetivos, abordagens, formato, canais que ele vai estar presente, mídia, basicamente tudo aquilo que vai nortear a produção dele.
E tudo isso conectado ao contexto da marca e/ou creator; pilares e objetivos da comunicação; análises de dados do que já foi publicado; insights de interações da comunidade; e pautas de oportunidade do que tá rolando no mundo.
Resumindo: a estratégia é a base de todas as outras etapas.
Produção do conteúdo
Diferente da estratégia, essa é a parte mais tangível. Mas o que muita gente não percebe é que aqui nós temos duas expertises em jogo: o copy e a parte visual.
No copy, não é escrever por escrever. Aqui, o profissional leva em consideração o tom de voz da marca, a hierarquização das informações, a construção da narrativa do conteúdo e, claro, o insight criativo da abordagem.
Enquanto na parte visual, o designer tangibiliza tudo isso, levando em consideração não só o criatividade e refinamento estético, mas a experiência do usuário com esse conteúdo.
Na última semana, fui impactada por essa publicação aqui e é muito sobre o que eu troco com o meu time: o conteúdo precisa ser acessível ao usuário, ou seja, toda a construção dele precisa ser clara, rápida e escaneável. E pra isso acontecer, a união da parte textual com a visual é indispensável.
Comunidade
Essa é a essência do todo – por que qual a importância de um conteúdo visualmente incrível, se ele não resulta em uma conexão com o público que você quer atingir?
Aqui tem sempre uma pessoa (ou mais de uma) gerando interações e conexões com os usuários, com o objetivo de tornar eles uma comunidade presente e ativa nos canais da marca.
E isso vai desde interações nas redes proprietárias, como também em canais terceiros. É sempre a busca de onde podemos estar ativos para gerar essas trocas e conexões genuínas com as pessoas que queremos atingir.
E essa etapa norteia tanto a estratégia, quanto a produção de conteúdo, trazendo insights de pautas, tom de voz e tudo aquilo que fizer sentido.
O segredo aqui é a atenção, porque tudo pode virar um insight para uma interação ou novo conteúdo.
E tudo isso é um processo em eterno movimento – e evolução. Mas o real segredo para essas três principais etapas está na troca.
Quem me conhece, sabe que essa palavra norteia todos os meus processos de gestão. Porque a grande sacada de um processo de conteúdo é unir as diferentes expertises dos integrantes do time e gerar trocas diárias e fluidas, onde cada um tem o espaço para opinar, sugerir e construir.
Não existe uma pessoa que tem uma ideia foda. Existe um time que constrói junto e chega a uma ideia foda.
Conteúdo é sobre pessoas. Cocriação.
Até a próxima!
