Acredito que todos aqui (ou a grande maioria) acordam diariamente pensando em como podem melhorar suas atividades, sejam elas do trabalho ou não, certo? Nós somos incentivados pelo mercado de trabalho (principalmente) a estar sempre em busca de soluções, guiando a nossa criatividade para encontrar novas maneiras de fazer algo que já fazemos, mas de forma mais eficaz.
A produtividade sempre foi importante para a nossa vida, mas o que fez ela se tornar um assunto relevante foi ele, o próprio, o mercado de trabalho. Ser produtivo e eficaz só passou a fazer sentido quando o mercado entrou em jogo. Ok, isso não é um problema, mas este movimento fez com que a nossa relação com foco e atenção ficasse extremamente ligada ao trabalho. Com o passar do tempo, compreendemos a necessidade e importância de sermos eficazes, não entregou? Next. Este ritmo foi construindo uma produtividade necessária em cada um de nós, sabemos o que precisamos entregar e o que não podemos deixar para depois (exceto quando se trata de assuntos pessoais, estes ficam facilmente de lado, adivinhei?).
Por outro lado, a produtividade quando bem alimentada ela se torna combustível para termos foco e atenção nas coisas que são importantes para nós. Seja com relação ao trabalho, aos estudos, aos relacionamentos e por aí vai. Nós gostamos de sentir a produtividade, ela nos dá energia, gás para vencer a rotina e pode ser algo saudável no dia a dia.
O ponto é: a vontade de fazer um trabalho bem feito, pode te levar à procrastinação.
1) A expectativa por fazer um trabalho legal, que será aprovado, é super importante. Afinal, você realmente QUER que as pessoas identifiquem a sua entrega como positiva! Este momento pode te levar a ter sensações como: medo, altas expectativas, nervosismo e ansiedade ao imaginar o que as pessoas podem pensar sobre o seu trabalho.
Isso acontece muito, por exemplo, com as pessoas que criam conteúdo. Afinal, você joga para toda a rede mundial de computadores o que você planejou e criou. Ignorando que precisamos de todo um alinhamento do universo, se o nosso conteúdo não atinge as nossas expectativas em métricas, pronto: é o que precisamos para acreditar que tudo aquilo foi em vão, um trabalho ruim e fruto de uma grande incompetência… mas calma!
Tudo isso acontece a partir dos elementos do adiamento, já ouviu falar deles? No livro “Ocupado demais para ler este livro” são apresentados os 4 elementos do adiamento: perfeição, medo, humor e dependência. Já encontrei inúmeros profissionais que se identificam com a perfeição sendo o seu principal elemento do adiamento. Ah, vale explicar que todos nós temos elementos do adiamento, todos nós temos armadilhas mentais para deixar uma tarefa para depois.
E aí, quando você precisa lidar com a vontade de ser perfeito, ao invés disso gerar gás, foco, intensidade para o seu trabalho, você se vê paralisado, com receio de enviar ou até mesmo começar o projeto que é tão importante para você. A perfeição nunca será alcançada, fica o spoiler desde já, o que podemos fazer é a melhor versão do nosso trabalho.
Como lidar com os freios da vontade de ser perfeito?
- Comece o seu trabalho ou projeto, mesmo que você veja muitos problemas, apenas comece. Precisa fazer um relatório? Abra o arquivo. Precisa fazer um texto? Escreva um parágrafo. O processo de começar vai te animar a dar continuidade.
- Peça feedbacks para o seu time. Se estiver inseguro para apresentar ou enviar o seu trabalho, mostre para outras pessoas e leve em consideração o que vier. O nosso olhar pode estar treinado a encontrar problemas e defeitos, para não finalizar algo.
- Nem tudo precisa ser impecável. Algumas entregas são mais importantes do que outras, faz parte, mas entenda o que merece a sua preocupação de fato e o que pode ser ajustado e melhorado com o tempo.
O grande ponto deste texto é te ajudar a perceber como o mercado de trabalho nos guiou a ter uma preocupação e uma vontade em ser o melhor profissional, com a melhor entrega, a mais rápida, com as informações mais atualizadas e por aí vai. O mercado pode te sugar aos poucos, principalmente no digital, por isso fica a minha dica: identifique as armadilhas que a sua mente está criando e te impedindo de colocar uma ideia na rua.
“Uma ideia boa no mundo é melhor do que uma ideia perfeita na cabeça.”
*Vi essa frase em um post, nunca mais esqueci, virou meu wallpaper no celular. Não sei quem é o autor, mas guarde com você 🙂