Ciclos são complexos.
Principalmente porque, racionalmente, é difícil para nós, seres humanos, entendermos.
Para o dicionário fica mais fácil definir. e lá, de forma resumida, diz que:
“Ciclos são uma série de fenômenos que ocorrem numa determinada ordem. Ex: o ciclo das estações”.
Ou seja, para um novo ciclo começar, é preciso terminar outro. ou mesmo para se repetir (ou recomeçar), o anterior precisa acabar.
Para entender quando o ciclo de uma estação acaba é fácil de perceber.
Agora, saber na vida prática quando um ciclo termina é muito difícil.
E, bem, porque eu estou falando sobre isso?
Vou contar uma história rápida pra vocês:
Em 2015 a Paes, a firma a qual sou Fundador e CEO, nasceu. mas nessa época não era uma empresa ainda, era uma eugência.
Ou seja, era eu vivendo somente dos meus freelas, se for ver bem.
Em 2016 contratei o primeiro colaborador, o Dinho. E aí sim a Paes, como empresa, surgia.
Além do cnpj, agora de fato, não era mais o exército de um homem só.
Dali em frente foi eu+dinho e mais alguém. Mais dois. Mais três. Até ser nós dois e mais 30.
Não era errado as pessoas acreditarem que o Dinho viria a se aposentar na Paes.
Porém, como todo ciclo tem um fim, o ciclo dele na agência também teve um fim.
Depois de 7 anos fazendo parte do time, ajudando a construir e moldar, principalmente, a nossa cultura, o Dinho parte para outros voos.
Talvez seja a decisão profissional mais difícil que eu já tive.
Afinal, qual é o momento certo de encerrar um ciclo com alguém que compartilhou tantos momentos contigo?
Pra mim, isso foi extremamente complexo.
Foram noites sem dormir. E um peso no estômago nos dias que se sucederam.
Não vem ao caso, trazer aqui os motivos. Mas não vejo local melhor para deixar meus agradecimentos ao Dinho e ao profissional que ele é e foi para a Paes.
Durante todo o tempo em que dividimos a linha de frente, ele empenhou-se e entregou o seu melhor.
Arrisco a dizer que, no que tange um ser humano como um ser humano, talvez seja o Dinho o melhor exemplar.
Dono de um coração puro, sempre foi aquele o qual o time podia contar.
Talvez você esteja se perguntando: mas por que eu estou compartilhando isso? É porque eu quero trazer pra vocês a reflexão de que, por mais difícil que seja, a gente precisa entender que ciclos, eventualmente, terminam.
Não é por maldade. Não é por ser ruim. É, por pura e simplesmente, ser a ordem natural das coisas.
Porque eu também não vou me “aposentar” na Paes.
Eu sei que um dia me despedirei da Paes, e eu detesto despedidas.
Mas eu também sei que faz parte do processo de crescer, sentir desconforto. sentir dor.
Sei que, para o Dinho, o qual considero um amigo, é um até breve.
Nunca é um adeus.
Porque assim como as estações vão e vem, e no outono é sempre igual (as flores caem no quintal), os ciclos não são histórias em linha reta.
Eles não tem linha de chegada. E o fim é apenas o início de outra oportunidade.
Seja o fim da história com um cliente, com um funcionário ou até mesmo de um relacionamento.
Ciclos terminam.
Para virar recomeços.
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