A gente para muito pouco para se dedicar a coisas que são importantes, e não é porque a gente não vê valor nisso, e sim porque muitas e muitas vezes a gente está só vivendo no embalo… não estamos parando para pensar. Um dos grandes malefícios dos tempos modernos é a quantidade de informação a qual estamos expostos sempre (os inimigos da nossa calma).
E neste cenário realmente fica muito difícil a gente construir um pensamento calmo, o que nos faz também não enxergar algo que, às vezes, muda tudo: o contexto das coisas. Para mim esta é uma das palavras mais subestimadas do nosso vocabulário.
Porque o contexto muda tudo, e para analisar ele primeiro a gente precisa de muita calma. Não à toa, por exemplo, grandes julgamentos por vezes demoram (tirando a parte da justiça aqui no Brasil ser lenta por outros motivos) muito tempo.
É preciso entender o contexto, checar as provas, estudar as evidências. Guardando-se todas as proporções, a gente devia fazer mais isso no nosso dia a dia. Os inúmeros casos de cancelamento que a gente assiste todos os dias nas redes sociais se baseiam muito na falta de contexto ou falta de tempo pra pensar das pessoas. Alguém lê alguma coisa, nem verifica se é verdade, nem entende o contexto e já sai passando pra frente, multiplicando a informação e transformando ela em uma verdade. Teríamos uma boa diminuição de brigas virtuais se os contextos fossem levados em consideração.
Aliás, parênteses importante aqui: a função do contexto não é passar pano ou defender crimes, tá? Então quando a gente fala, por exemplo, de racismo, não me venham com papo de contexto! Racismo é crime e deve ser tratado como tal.
No nosso dia a dia, nas nossas relações, nas inúmeras comunicações que temos na vida profissional e pessoal, precisamos construir pensamentos mais calmos. Isso, sem dúvida, vai se transformar em conversas mais acolhedoras. Tem pequenas coisas que podemos, ou melhor, devemos fazer. Não se pode ter medo de dizer que, por exemplo, não temos opinião formada sobre o assunto X pois não conhecemos a fundo aquilo. Mas cá entre nós, você já disse isso ou já viu alguém dizer? É raro, a gente fica com vergonha, nem sei se esse é o melhor sentimento para descrever. Aí vem a armadilha: a gente pensa rápido, diz “qualquer coisa” e muitas vezes vai pro lado errado da coisa.
Precisamos normalizar o “não sei”, o “vou pensar”, o “sobre esse assunto não sou capaz de opinar”. Tipo a Gloria Pires , que virou meme por simplesmente não querer emitir uma opinião rápida sobre algo que ela não tinha certeza. A gente debocha disso até hoje, mas na verdade eu acho que tem uma grande lição ali. A Gloria é uma grande atriz, talvez ela poderia até ter escolhido palavras melhores e tal, mas foi de uma sinceridade tão bonita! A gente precisa aprender com ela.
E pode parecer engraçado, como nesse caso da Gloria Pires, ou até mesmo meio bobo como coisas pequenas do nosso cotidiano, mas o fato é que a falta de construção de pensamentos calmos, está contribuindo muito para a chamada sociedade do cansaço, que também já falamos aqui. Isso acaba jogando uma pressão extrema em todos, no fim vira um “todo mundo precisa ter opinião sobre tudo”. Precisa mesmo? Lógico que não to falando que as pessoas devem ser alienadas, mas essa loucura que viraram muitas redes sociais é perigosa e principalmente: nada acolhedora.
Abra espaço para pensar, isso começa com uma escuta ativa (vai rolar um texto sobre isso já já). Te conecta com quem está falando contigo, de forma genuína, entrega tua atenção. Mas ao ouvir, se permite também absorver o que foi dito, processar. Vai pesquisar mais, buscar outros olhares, abre os olhos para o contexto de cada coisa. Isso vai ajudar a melhorar a sua comunicação com os outros, mas isso vai, principalmente, te fazer crescer, te dar oportunidade de aprender, vai de fato, se for o caso, fazer você guardar algo que vale a pena.
Aliás, a velocidade e falta de pensamento também podem provocar um outro efeito: descartar aquilo que não parecia uma informação importante. Não enxergar o real significado do que nos foi dito. A pressão é inimiga da boa comunicação, principalmente se você estiver interessado em uma comunicação acolhedora.
A calma talvez seja uma das palavras mais importantes da vida. Calma em momentos bons nos ajuda a não meter os pés pelas mão. Calma em momentos ruins, faz com que a gente encontre saídas. Hoje tenho um livro pra indicar pra vocês. Se chama: CALMA e é da School of Life. Li ele já faz um tempo, mas está na minha lista pra ler de novo. Sou um grande fã dessa palavra e do que ela nos traz. Aliás uma das minhas frases favoritas e que repito em todas as palavras: calma, as coisas demoram para acontecer.
Mas para hoje termino com: Calma, pense bem, para se comunicar bem.
Comunicação acolhedora não é papo good vibes
Nunca subestime um relacionamento
Eu e você adoramos cancelar as pessoas
As habilidades do RP que todos podem usar!