De acordo com o blog da Gupy, soft skills são habilidades comportamentais relacionadas à maneira como o profissional lida com os outros e consigo mesmo em diferentes situações. As soft skills, diferentemente das hard skills, são habilidades subjetivas, mais difíceis de serem mensuradas.
Baseado nisso, eu digo que é mais fácil ensinar técnicas do que ideias, justamente pelo fato de que as pessoas possuem bagagens emocionais que definem sua personalidade, caráter e jeito de agir. Como o sujeito é fruto do meio, o processo de alterar tais características pode ser muito mais trabalhoso e até mesmo custoso para uma empresa.
Atualmente, na Dibai Sales, empresa da qual sou CEO, temos um produto chamado Estruturação Comercial. Ele é baseado em quatro pilares:
- Processos;
- Contratação;
- Treinamento;
- Gestão Comercial.
No segundo pilar, o de Contratação, inicio a apresentação sempre com uma tela que traz um levantamento feito pelo diretor executivo da Bazz Consultoria RH, Celso Bazzola. Segundo ele, uma contratação equivocada pode custar 15 vezes o salário de um colaborador.
Atuando também como closer em minha empresa, escutei inúmeros relatos com esse contexto, nos quais as pessoas acabaram extinguindo setores inteiros, dizendo que tais profissionais davam “muita dor de cabeça” ou que “o santo não batia”.
Acredito que essas situações acontecem porque essas empresas não se atentam ao famoso fit cultural, que define se a pessoa está ou não alinhada com a filosofia da empresa. Aqui na Dibai Sales, a nossa cultura é muito forte e é sustentada por quatro pontos:
- Verdade sempre, paz se possível;
- Excelência;
- Eu odeio a pobreza;
- Só trabalho com adultos.
O curioso é que esse último tópico foi adicionado após entrevistar um grande amigo meu, Guto Rocha, cofundador da Oto CRM, investidor e conselheiro, durante o meu podcast, Dibai Cast. Incluí essa quarta característica porque percebi que ela complementava todas as outras, como uma espécie de catalisador para tudo isso que pregamos internamente.
Ainda sobre cultura x treinamento, quando um colaborador entra em uma nova empresa, ele é instruído sobre as suas tarefas e preparado para desenvolver as hard skills. Porém, mesmo se ele for o melhor dos executores, de nada adiantará se não se enquadrar no ambiente de trabalho. Isso porque, cedo ou tarde, alguma situação incontornável poderá acontecer, não compensando a permanência dele ali.
Para exemplificar, vou contar uma história de um livro que li, no qual havia um capítulo inteiro dedicado à cultura da empresa. Nele, era relatada uma situação em uma famosa empresa de construção de armários, onde o sistema de contratação era muito rigoroso.
Certo dia, o montador mais rápido e eficiente encerrou o expediente de trabalho, mas guardou o seu martelo e demais aparatos de qualquer forma na caixa de ferramentas. Após esse episódio, ele foi demitido, justamente porque os outros funcionários prezavam pelas ferramentas, uma vez que elas permitiam que montassem aquele móvel.
Perceba como coisas simples podem determinar a permanência ou não de um colaborador. Se você não for o melhor dos melhores, mas demonstrar que “vestiu a camisa da empresa”, tenho a certeza de que o seu esforço será recompensado e você terá vida longa naquele lugar. Tudo é ensinável, exceto o seu jeito de ser.