Em uma de suas obras mais famosas, “O Ser e o Nada”, o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre usa a figura de um garçom para ilustrar o conceito de “má-fé”, uma ideia central do seu pensamento.
Sartre observa um garçom em um café e percebe que o jovem desempenha seu papel de forma exagerada, quase como se estivesse atuando.
O garçom se esforça tanto para ser o “garçom perfeito” que acaba se definindo exclusivamente por esse papel e, assim, suprime outras partes de quem realmente é.
Para Sartre, isso significa negar a liberdade de ser mais do que apenas o papel que desempenha.
Inautenticidade e produção de conteúdo
Mas o que isso tem a ver com produção de conteúdo para a internet?
Esse exemplo do garçom e o conceito de “má-fé” ajudam a discutir o papel da autenticidade na criação de conteúdo. Muitas vezes, criadores de conteúdo podem cair na mesma armadilha do garçom.
Na tentativa de agradar o público ou seguir o que acreditam ser esperado, acabam desempenhando um papel inautêntico, que não reflete seus verdadeiros valores e crenças.
Essa “má-fé digital” limita a liberdade criativa e transforma o criador em uma versão distorcida de si mesmo. Por isso, a autenticidade é essencial para construir confiança e criar uma conexão verdadeira com o público.
Isso não significa ignorar tendências ou deixar de ouvir a sua audiência. Muito pelo contrário, trata-se de encontrar um equilíbrio.
O creator pode — e deve — adaptar seu conteúdo às demandas do público, mas sem deixar de lado a essência de quem realmente é.
Por isso, em vez de cair na “má-fé” de desempenhar papéis que não refletem sua verdade, abrace a sua liberdade de criar um conteúdo que reflita genuinamente quem você é.
Obs.: A filosofia de Sartre — assim como de qualquer outro filósofo — é muito mais complexa e profunda do que um post pode capturar. Este texto é apenas um recorte com um objetivo educativo.
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