No segundo dia do IA Festival, a mensagem foi direta: a discussão sobre inteligência artificial já não é mais “se”, mas “quando e como”. O foco esteve em unir estratégia, tecnologia e pessoas para tirar projetos de IA do papel e gerar valor real.
PENSAR: um método para sair do improviso
A transformação com IA começa com clareza sobre o problema de negócio. O framework PENSAR ajuda a organizar decisões em duas etapas principais:
Clareza (P.E.N.)
Pessoas: alinhamento sobre impactos e limites da IA
Estratégia: objetivos com indicadores claros (qual métrica precisa mudar?)
Necessidades: mapeamento de dores reais e oportunidades concretas
Autonomia (S.A.R.)
Solução: escolha técnica feita apenas após clareza de objetivos
Adaptabilidade: ciclos curtos e testes rápidos; métodos rígidos não funcionam com IA
Resultados: governança que mede valor de forma contínua, equilibrando performance e conformidade
A mudança começa de cima (top-down), mas ganha força com experimentos práticos diários (bottom-up). O conceito de Inteligência de Célula incentiva pequenos testes com aprendizado contínuo e registro estruturado.
Casos práticos apresentados
Itaú
Modernização da arquitetura com foco no cliente. A iniciativa Inteligência Itaú oferece assessoria 24/7 e o Pix no WhatsApp gerou alto engajamento. A base de agentes usa memória, raciocínio e avaliações constantes para reduzir vieses.
IBM
Automatização e revisão de processos com ganhos bilionários, usando a plataforma no-code Watson Next Orchestra para orquestrar múltiplos agentes.
Salesforce
Projeção de impacto financeiro com agentes de atendimento a partir de 2025.
Por que falar em arquitetura de borda
Edge computing é a prática de rodar partes da IA próximas da origem dos dados, como no próprio dispositivo. Isso reduz a latência, economiza banda e melhora a privacidade. Computadores, celulares, wearables e carros já atuam como centros locais de processamento com NPUs cada vez mais potentes.
O conceito de Physical AI se aplica a máquinas que percebem e agem no mundo físico, como robôs e carros autônomos. Elas precisam decidir com rapidez e eficiência, por isso executam muitos processos localmente.
A combinação entre nuvem, borda e dispositivo cria oportunidades para novas experiências, como lojas de aplicativos de IA, onde modelos são baixados e executados diretamente no aparelho.
Trabalho com mais criação e menos repetição
Atividades de controle e repetição tendem a ser automatizadas. O diferencial humano estará na criação, no significado e na coragem de decidir sem dados perfeitos. Três guias ajudam nessa transição: Desafio, Descoberta e Diálogo.
Na gestão, isso se traduz em metas curtas, reconhecimento frequente e espaço para autoria. O objetivo não é transformar pessoas em robôs, mas liberar seu potencial criativo.
Criatividade aumentada e confiança no ambiente sintético
A GenAI já está presente no dia a dia de muitos profissionais, e funciona melhor em parceria com humanos. Ecossistemas como o do Google apostam em múltiplas hipóteses e testes rápidos com usuários reais para otimizar resultados.
Ao mesmo tempo, cresce a realidade sintética e os riscos de fraude digital. A identificação humana passa a ser uma questão crítica. A Worldcoin propõe o World ID, um tipo de passaporte baseado na íris, testado em jogos e apps de relacionamento. O tema levanta discussões importantes sobre privacidade e governança de dados.
Fechamos o Dia 2 do IA Festival com reflexões práticas e insights relevantes. Obrigada por estar com a gente em mais essa. Nos próximos dias embarcamos para mais uma cobertura por aqui! o/