Alguém acreditou mesmo no “novo normal”?

capa para artigo de Lucas Schuch sobre o novo normal
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“As pessoas vão sair melhor dessa”…

“Estamos todos no mesmo barco”… 

“Alguns hábitos não voltam mais a ser como eram”… 

“As máscaras vão se tornar parte da nossa vida”…

Quando a pandemia ainda estava no começo, diversos jornalistas, gurus, colunistas previram o que a gente começou a chamar de ~NoVo NOrMAl~. Que na opinião dessas pessoas, era que adotaríamos alguns hábitos que tivemos durante a pandemia para sempre. 

Mas dentre todas as previsões que foram feitas, provavelmente a mais errada foi a de que “o home office vai ser pra sempre”.

É claro, eu não quero generalizar neste artigo, propondo que o home office deixará de ser uma verdade como foi na pandemia. Longe disso. Mas isso não parece ser uma maioria. Já que alguns indícios nos mostram o interesse pelo retorno

Quem vai voltar ao presencial? 

Não que eu esperasse usar o Elon Musk como exemplo de boa gestão, frente aos inúmeros erros que ele está apresentando, não é? Mas dentre tantos equívocos, sua primeira mensagem aos seus novos funcionários no twitter foi que TODOS deveriam voltar ao presencial imediatamente. Imagine você, que se mudou da cidade em que sua empresa operava, ser obrigado a voltar agora, repentinamente? Pois é, isso em meio a demissões em massa, um cenário de crise. O bilionário em alguns momentos chegou a afirmar que home office é “fingir que trabalham”.

Algumas outras big techs, como a Apple, já determinaram o fim do home office, chegando a haver protesto dos funcionários por conta dessa decisão.

Olhando para a nossa pequena indústria de publicidade, que também bebe diretamente dessa fonte do mundo corporativo das big techs. Há algumas semanas, o grupo WPP anunciou em São Paulo um campus que abrigará todas as agências do grupo. Um complexo enorme para até 6 mil pessoas.

Claro, vamos imaginar que essas 6 mil pessoas não retornarão todos os dias, etc. Mas ainda assim, são 6 mil pessoas pegando ônibus, metrô, carro. 2h de trânsito (considerando São Paulo), e todas as outras consequências climáticas disso: emissão de gases poluentes e tudo mais. 

Não tem jeito, infelizmente, parece que o novo normal é presencial, como sempre foi o velho normal mesmo. Mas será que todo mundo quer essa volta ao presencial aí?

Quem quer voltar ao presencial? 

Sem nenhuma surpresa, essa questão é uma decisão unilateral. Um desejo das lideranças, e não da força de trabalho. De acordo com reportagem publicada pela Fast Company Brasil, “Chefes querem a volta aos escritórios para ficar de olho nos funcionários”.

Isso é uma característica bastante comum nas lideranças que temos também na nossa indústria. Decisões que não levam em conta a opinião das pessoas, apenas de suas lideranças. 

Essa reportagem traz uma pesquisa da plataforma de freelancers, a Fiverr, com dados bastante chocantes, e que mostram esse conflito de opiniões. Veja, um terço dos respondentes da pesquisa disseram que as pessoas ficam mais motivadas quando estão sendo observadas (OI?!?!?!). Essa motivação aí, na minha opinião, eu chamo de medo mesmo. Receio da demissão. É isso que motiva as pessoas. Isso não é, e nem pode ser, lido como incentivo. Isso não é saudável a longo prazo.

Sabe porque eu digo isso? Porque a mesma pesquisa falou com as pessoas que não estão em cargos de liderança, e 42% considerariam pedir demissão se fossem obrigadas a voltar ao escritório.

Nem tanto ao novo, nem tanto ao velho normal

Você sabe tanto quanto eu que o futuro é (deveria ser) híbrido. Mas veja, com híbrido eu não quero dizer: obrigar as pessoas a irem 2 ou 3 vezes na semana ao escritório. E sim, perguntar, individualmente, qual a intenção da pessoa. 

Nós aprendemos com a pandemia que nem todo mundo quer mesmo ficar em casa. E algumas pessoas não podem, não tem a estrutura mínima pra isso. E tá corretíssimo, a empresa precisa fornecer. Mas também entendemos que cada um e cada uma entende qual é o melhor modelo para si. Esse me parece muito mais um formato de liderança do futuro, do que a que obriga, sem qualquer pergunta para a força de trabalho (que como vimos nas decisões do mais novo proprietário do Twitter, não tem surtido bons resultados).

É tão difícil assim ouvir a opinião das pessoas que formam a equipe e não só seguir a vontade das lideranças?

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