Analisando vaga para “videomaker” no Linkedin

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Oi, eu sou o Lucas e hoje a pauta é mercado de trabalho. Vou analisar aqui com vocês uma vaga para “editor de vídeo” no Linkedin. Quem estava na procura por videomaker era Amo Promo, empresa de lazer, viagens e turismo, no modelo remoto.

Essa análise serve se você está começando a construir seu espaço na indústria criativa, ou, se você já é um profissional experiente mas quer saber sobre o que estão fofocando aí… Existem cada vez mais pessoas de diferentes áreas chegando na indústria criativa, encontrando no audiovisual a possibilidade de construir uma carreira e eu quis colaborar mostrando um panorama atual.

Primeiro, “edite vídeos promocionais, comerciais e conteúdo de marca que destaquem nossos produtos…”. Show, beleza, dentro do tema, né? É o esperado mais básico mesmo. Só porque o óbvio às vezes tem que ser reforçado. Próximo!

Aí vem, “crie motion graphics e animações para vídeos, proporcionando uma experiência visual cativante”. Então, galera, está tendo que saber mesmo um pouco sobre isso, não tem jeito. Procura alguns tutoriais para se familiarizar com alguns conceitos, estuda noções básicas de máscara, key frame, chroma key… Também existem alguns plugins que funcionam como templates de animação, modelinhos em que você pode apenas substituir por alguma outra cor, elemento, texto, imagem, etc.

“Desenvolva conceitos criativos e roteiros para vídeos e animações, garantindo a aderência à identidade de marca da empresa e seus produtos”. Tá achando que vai ficar o tempo todo só editando no computador sem botar a cabeça pra funcionar? Vai ter que pensar em conceito, pensar em criatividade, ser uma pessoa criativa. É uma habilidade cada vez mais estimulada e esperada por quem contrata.

“Trabalhe com a equipe de marketing para entender os objetivos de campanha e traduzi-los em elementos visuais”. Não adianta nadar contra essa correnteza, galera. A gente está vivendo uma alta de internalização dos processos criativos em muitas empresas, resultado do boom do marketing digital durante a pandemia. Muitas empresas buscando profissionais para comporem seus “núcleos criativos” que operam no modelo de agências e que atendem clientes externos e internos. E quem cuida dessa área na imensa maioria das vezes? Ela mesma, a área de marketing. Então é primordial saber conceitos e teorias de marketing para trabalhar com audiovisual hoje em dia? Não, mas fechar a cabeça para isso também não é de bom tom.

“Realize a seleção e edição de trilhas sonoras, efeitos sonoros e narrações para aprimorar a qualidade do conteúdo”.  Aqui eu fiquei feliz e achei interessante que não limitaram o “áudio” do “audiovisual” como trilha sonora de bancos gratuitos. Estar ligado em efeitos sonoros exige, primeiro, uma perspicácia para encontrá-los online (o idioma é uma barreira nesses casos) e também para absorver do próprio repertório da vida esses sons. Todos os barulhos, ruídos, sons e músicas que já ouviu nas novelas, em filmes, na rua, no mercado… tudo se reflete no seu trabalho nesses momentos.

E sobre narrações, é muito importante dar atenção também pois dificilmente um profissional do vídeo em 2024 vai escapar disso. A criação de conteúdo narrado, tão difundida hoje no TikTok e Instagram, abriu a cabeça da galera para isso e precisamos estar juntos nesse barco para guiar. Muitas vezes vai ser necessário orientar alguém para que a pessoa atue a voz a serviço da mensagem que queremos passar no vídeo. E isso é uma ótima oportunidade de tirar algo em troca da profissão, pois na mesma medida que você pede tal coisa, você ensina alguém e acaba aprendendo de volta. São conhecimentos que podem te ajudar a falar melhor em público, ganhar confiança com sua dicção, etc.

Continuando com os requisitos da vaga, temos: “Colabore com designers gráficos e outros membros da equipe criativa para garantir a consistência visual em todos os materiais de vídeo”. Isso tem muito a ver com as agências internas que falei antes e sim, galera, está cada vez mais difícil de escapar disso também. O que por um lado é um processo a mais, colocar mais uma pessoa ali na esteira da criação audiovisual, por outro, ajuda a fortalecer a ideia de que videomaker não é designer. E realmente não é. Então se liga porque, em algum momento, você vai precisar lidar com algum arquivo aberto do Photoshop ou do Illustrator. A dica é buscar entender como usar esses arquivos dentro de programas de edição como Premiere e After Effects, como tirar o fundo de uma imagem, como separar camadas, como isolar elementos…

E finaliza a primeira parte com “fique atualizado com as tendências de design e vídeo para manter nosso conteúdo competitivo e relevante” e “gerencie prazos de entrega e garantir que o trabalho seja concluído com eficiência dentro do cronograma”, que são expectativas e desempenhos em comum para toda a indústria criativa.

Em seguida tem: “O que esperamos de você”.

“Experiência comprovada em edição de vídeo, motion design e criação de animações”. Importante destacar que não estão pedindo exatamente um diploma universitário ou currículo com os lugares onde você trabalhou. Muitas vezes um perfil bem apresentado no Instagram, um canal no YouTube legal ou um site bonito com seu portfólio organizado pode ser suficiente para você convencer que dá conta do recado.

E fecha com “domínio de ferramentas de edição de vídeo e habilidade em design gráfico e motion graphics”, reforçando a ideia de que não basta o bom gosto estático, característico do design e da fotografia. É preciso também ter bom gosto do design em movimento, saber avaliar se um movimento está adequado ou não, se a animação está fluida ou não.

Reforçando o que falei no início, a intenção não é fazer um juízo de valor sobre as expectativas da empresa, que não ocultei o nome justamente por não considerar que estou criticando negativamente. Espero que essa análise possa te ajudar a se preparar para alguma futura aplicação ou abrir sua cabeça para outras questões do universo audiovisual, tão vinculado ao marketing digital hoje em dia. 

As opiniões expressas neste artigo são exclusivamente do autor e não refletem necessariamente as opiniões e políticas da nossa empresa. Este conteúdo é destinado a promover a reflexão e o debate saudável, e as opiniões aqui apresentadas podem não estar alinhadas com as posições oficiais do Share. o/

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Lucas Borba
Curioso e com o pensamento multimídia sempre alerta, já cocriei junto de grandes influenciadores e marcas como Netflix, Globo, Pepsi, Renner, Melissa e American Express. Desenvolvo narrativas que vão de conteúdos para marcas a documentários, de videoclipes a trends do TikTok, de fotografias a podcasts, de cobertura de festivais a projetos autorais. Enquanto educador e pesquisador, lancei o curso de criação de vídeos “Não é só um videozinho” e elaborei o Cantinho do Render, plataforma de pesquisa sobre a indústria criativa que em 2023 lançou o ebook “Olhar Vertical – Um estudo sobre o formato do Século XXI”. Em 2021, lancei meu primeiro documentário autoral chamado Não-Cidade e em 2022 o segundo, chamado O Amor do Brasil (disponíveis no YouTube).
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