O crescimento das redes sociais proporcionou aos usuários um acesso muito maior às notícias e acontecimentos do mundo inteiro, comparado ao que estávamos acostumados a ter. Isto foi ótimo, já que a comunicação conseguiu se transformar para conversar diretamente com estas pessoas, de uma maneira mais moderna, rápida, com a utilização de hiperlinks, vídeos, áudios, enfim, a comunicação passou a ser diferente. Esta evolução foi incrível, mas existe um detalhe que precisamos cuidar cada dia mais (digo para todos nós que compartilhamos conteúdo na internet): o público da internet não perdoa e não esquece.
Parece uma grande bobagem, mas quem está na internet sabe o poder que um post mal feito ou com segundas interpretações pode ter. A sua marca, o seu portal de notícias, pode levar anos construindo um público fiel e alimentando-o com informações relevantes, mas basta uma pisada na bola, uma frase mal colocada, uma foto excludente, para que toda a sua credibilidade (ou grande parte da mesma) vá pelos likes abaixo. O grande exemplo disto foi a página do Catraca Livre. Se você não ficou sabendo da confusão que se deu, não se preocupe que eu vou te atualizar rapidamente:
No dia 29/11, ocorreu a tragédia com o voo em que estava o time da Chapecoense. Neste dia, a internet parou, não só no Brasil, mas o mundo todo se comoveu com a horrível notícia que nos chegava em todos os meios de comunicação. As redes sociais se tornaram uma enxurrada de notícias, informações duvidosas, fotos, coverpages, filtros para foto de perfil, daquele momento em diante, todos nós eramos #forçachape. Até que a página do Catraca Livre, não poderia ficar de fora e resolveram então realizar alguns posts com assunto relacionado à último dia de vida e viagens de avião.
O detalhe é que o público encarou todas estas “matérias” como justificativas para ganhar cliques (e no fundo, nós sabemos que foi com este objetivo mesmo), MAS, tudo isto acabou como um tiro no pé. Tanto que os usuários começaram a bombardear a página com comentários dizendo que este era um comportamento oportunista, que era para todo mundo entrar em uma corrente de “unlike” no Catraca. No mesmo dia, a página teria perdido cerca de 20 mil curtidas. Comentários como estes abaixo, não aconteceram apenas no dia 29/11, eles seguem acontecendo nas postagens mais recentes também.
Houve depois de um tempo, um post falando sobre “ódio na internet” e depois um “Meu Erro”, onde o jornalista Gilberto Dimenstein, criador da página, e se diz responsável pelas postagens realizadas no dia, pedindo desculpas com o seguinte texto:
“A responsabilidade pelo erro em relação às reportagens sobre o Chapecoense tem um nome e sobrenome: Gilberto Dimenstein, criador do Catraca Livre.
Ninguém participou da decisão, exceto eu. Ganhei muitos prêmios como escritor e jornalista – e aprendi que pior do que errar é não reconhecer o erro. Aliás, toda a redação foi contra e, numa conversa franca, expuseram suas discordâncias. Aprendi que errar é uma fonte de aprendizado enorme.
Portanto, peço desculpas se as reportagens feriram as pessoas. E se tiverem que culpar alguém, apontem apenas para mim.
Espero, assim, ser melhor do que fui.”







