Para acolher, você precisa ser vulnerável

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Muita gente associa a palavra vulnerabilidade com fraqueza. Que tolo engano, ser vulnerável é exclusivamente uma atitude dos mais fortes, corajosos são aqueles que têm segurança o suficiente para saberem que vão errar. 

Eu vou começar esse post dando uma dica muito simples: se você quer saber mais sobre vulnerabilidades, por favor, pode parar agora e ir consumir os conteúdos da Brené Brown. Calma, eu to brincando, volta aqui.

Brincadeiras a parte, quando eu li “A coragem de ser imperfeito”, um dos livros mais legais dela, eu me emocionei muito. Fui tomado por muitos sentimentos pois ela consegue escrever sobre muito do que eu sinto, mas que muitas vezes não consigo colocar em palavras ou identificar. Ela tem um especial na Netflix chamado “O poder da coragem”, vale muito a pena também. Dito isso, é legal compartilhar com vocês que muito deste texto vem do que leio, ouço e assisto da Brené.

Um dos primeiros matchs que fiz com vulnerabilidade foi que acolhimento, para algumas pessoas, também é linkado com fraqueza, mas é exatamente o contrário. Para acolher você precisa ser muito forte, afinal de contas não é fácil abrir os braços para abraçar alguém, tão pouco se deixar envolver pelos braços ou palavras de quem está disposto a nos acolher. 

É muito natural do ser humano que a gente, diante das dificuldades, dos nossos erros e defeitos, se feche. Por vezes literalmente. To lendo um livro de um ex policial do FBI, Joe Navarro, que se chama “O que o corpo fala”. No livro ele vai mostrando com exemplos muito claros como nosso corpo reage às emoções. E mesmo que “externamente” a gente disfarce, lá dentro da gente, milhões de coisas passam na nossa cabeça. Ou seja, não é nada fácil lidar com a nossa vulnerabilidade, mas ao aprender a encarar ela, a gente tem muito a ganhar. 

Depois que eu perdi a minha mãe passei por um processo de depressão muito complicado. Sempre falei disso abertamente pois não tenho vergonha nenhuma, inclusive encarar de frente me ajudou a buscar ajuda na minha família, nos meus amigos e também com profissionais. Aquele março de 2021 foi um marco negativo na minha vida, a partir dali tudo mudou. Os dias foram passando e eu não conseguia reagir, embora estivesse vivendo dias maravilhosos pela chegada da minha filha. Era uma confusão de sentimentos, felicidade e tristeza de 0 a 100. A dor de saudade da minha mãe e a alegria de ter minha filha nos meus braços. 

Um dia ouvi do meu terapeuta: não esconde de ti mesmo os teus sentimentos. A frase é bonita, inspiradora, gentil. Mas na prática muitas vezes eu tinha vergonha daquilo que eu estava sentindo. Eu tinha vergonha de estar triste, de não ter vontade de conversar, eu tinha vergonha de não conseguir trabalhar, de não ser mais aquele mesmo cara que tinha disposição para fazer mil coisas.Eu só queria chorar a dor do luto e viver o sorriso da minha filha. Era só isso que eu tinha vontade.

Esse casulo que eu criava na minha cabeça fazia com que eu não me deixasse ser acolhido muitas vezes. Eu fugia, literalmente, de muitas pessoas que de alguma forma queriam me ajudar. Eu evitava conversas que poderiam me exigir mostrar que eu não era mais o mesmo… e assim eu ia me afundando cada vez mais. 

Com muito amor, conversas, força de vontade e tratamento, eu fui assumindo aquele novo Guilherme, fui deixando aparente a minha montanha russa de sentimentos. Como sempre fiz, expus tudo que eu estava passando nas minhas redes sociais. Compartilhei sobre minhas crises de ansiedade, sobre a depressão, sobre como eu estava em frangalhos naquele momento. Pra muita gente eu tava sendo fraco em me expor, mas lá dentro de mim eu tava sendo apenas eu mesmo. Eu estava sendo vulnerável, eu estava sendo genuíno, mesmo que essa versão não fosse a minha melhor, era a versão do momento. Uma coisa eu posso dizer, em nenhum momento eu tentei esconder. Eu estava ali de peito aberto. 

O que aconteceu? Dezenas de pessoas começaram a me escrever e elas fizeram mais do que me acolher, elas se abriram comigo, se sentiram seguras para falar das suas vulnerabilidades e a partir disso eu pude acolher elas. Ai meus amigos, foi um dos pontos de virada de tudo! A vulnerabilidade me abriu as portas para acolher outras pessoas e isso começou a me fazer um bem danado. Virou um ciclo vicioso de coisas boas. Quando eu acolhia a história de alguém, eu estava de alguma forma acolhendo a mim mesmo. Quando eu sou vulnerável, eu de alguma forma, incentivo mais pessoas a serem também. Quando faço isso em redes sociais de forma aberta, tô gritando pro mundo: eu sou cheio de dores e defeitos. Mas eu não sou o único, todos somos assim.

A gente nunca vai conseguir construir uma comunicação mais acolhedora no mundo se a gente insistir em não encarar os nossos defeitos. Logicamente eu não quero que o mundo vire um grande muro de lamentações, mas também não dá pra gente fingir que o filtro do Instagram resolve tudo. Ele não resolve. Quando eu falo pra gente ser sincero com as nossas piores partes, eu falo de ser mais humano e isso tem muito a ver com a forma como todos reagem. Se João é vulnerável e todo mundo caiu em cima dele, o recado é claro: não seja vulnerável que você estará exposto. Mas se João é vulnerável e todos são legais com ele, o recado é claro: tá tudo bem não estar legal. 

E no fim de tudo, pessoas que lidam com a vulnerabilidade são pessoas mais felizes. Brené Brown disse: “entregar-se aos momentos felizes da vida requer vulnerabilidade.” A gente só vai se jogar com tudo se de fato assumir que tem medo, que pode dar errado, que não somos bons em tudo. A gente só vai se jogar com tudo na vida se soubermos que temos alguém para nos acolher quando as coisas não saírem como planejado (e acredite em mim, isso vai acontecer muitas vezes).

Eu tenho uma filha de 3 anos, a Nina. Eu e a Fernanda, minha esposa, repetimos dezenas de vezes a frase: “tudo bem filha, pode fazer isso, o papai e a mamãe estão aqui.” A gente tá dizendo pra ela que se der errado a gente vai acolher, a gente tá dizendo pra ela que apesar do medo ela pode tentar, arriscar, a gente vai tá aqui pra acolher ela. 

Eu sei que você não é a Nina, que você tem muito mais que 3 anos, mas pensa como é forte saber que alguém vai nos acolher quando nosso pior entrar em campo. Pensou? Agora pensa que você pode ser essa pessoa. Pensa quem são as pessoas no mundo que sabem que quando der errado você vai estar aí para acolher. A gente precisa alimentar ciclos de acolhimento para o resto da vida, não só com as crianças. 

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