É inegável que estamos vivendo tempos desafiadores para quem trabalha com comunicação. Acelerados pelas tecnologias que nos atropelam todos os dias, vivemos sob constantes e rápidas mudanças de comportamento de todos. Mas em um 2022 marcado pelo arrefecimento da pandemia e da eleição mais polarizada de todos os tempos, me trouxe uma reflexão que gostaria de dividir com vocês no primeiro texto deste novo ano: qual é o nosso papel, enquanto comunicadores, em harmonizar as relações?
Sim, a comunicação talvez seja uma das mais potentes ferramentas para encontrar soluções que agradem gregos e troianos. E mais do que nunca é preciso encontrar diálogos que agradem a todos. E para gente seguir essa conversa, precisamos revisar o real significado da palavra todos. Não é sobre agradar quem pensa parecido com a gente, não sobre apenas ouvir com quem concordamos. Eu inclusive prefiro trocar a palavra agradar por atender a todos. É isso que precisamos e isso só vai ser possível se nos comunicarmos com todos.
Mas não é qualquer tipo de comunicação que vai funcionar nesse 2023 e isso ficou bem claro nos últimos anos. As ordens expressas, o grito, as fake news, a cada novo capítulo da história moderna vão perdendo força (embora ainda barulhentas). O dialogo baseado em valores éticos é a única saída e desculpem ser repetitivo mas os valores éticos precisam ser aqueles que atendam a todos e não a um pequeno grupo.
É meu papel, enquanto relações publicas e cidadão desse país, ajudar na construção de uma comunicação mais saudável. Mas não estou falando daquilo que o Guilherme comunica, nessa coluna ou nas minhas redes sociais, por exemplo. Estou falando de como de forma verdadeira eu contribuo para que as marcas ou projeto que eu atendo possuam verdade naquilo que comunicam, sejam transparentes, de fato ajam com humanidade. Sei que nem tudo (poucas coisas na real) dependem dos comunicadores, mas temos uma ferramenta muito poderosa na mão.
Não podemos nos furtar da responsabilidade que temos como comunicadores.
Que em 2023, você colega comunicador, seja um guardião da reputação da marca que você atende ou represente e faça isso com tudo que aprendemos durante a graduação em comunicação social. Não somos meros fantoches (embora por vezes sejamos, confesso) que apenas comunicam aquilo que interessa a poucos. Precisamos comunicar de verdade, com alma, coração e comprometimento.
São tempos difíceis mas com muita oportunidade para quem quiser de fato ajudar a escrever a história com as palavras corretas. Bom ano a todos e não se esqueçam da nossa responsabilidade.