“As fronteiras da comunicação estão cada vez mais borradas. É difícil traçar uma linha do que é exatamente o que nos dias de hoje”. Essa frase do Gustavo Mini, publicitário de carreira e Relações Públicas de formação, é um ótimo recorte sobre a situação atual do mercado de comunicação e é sobre isso que eu queria conversar com vocês na minha primeira coluna aqui no portal do Share.
Mas antes vamos às formalidades. Sou um RP de formação e de coração. Com mais de vinte anos atuando no mercado, já transitei por diversos segmentos, mas tenho dedicado boa parte do meu tempo a cuidar da reputação no mundo da música e futebol. Paralelo a isso (eu tenho um certo vício em projetos paralelos), em 2012 criei um jargão, que se transformou em um movimento e que resume quase tudo que acredito: Todo mundo precisa de um RP. Basicamente eu sou o chato (sem ser chato) do rolê, que sempre quer convencer a todos que o profissional de relações públicas é muito relevante, mas isso é papo para outro momento.
As áreas da Comunicação além do diploma
Voltando ao tema principal, escrevo a todos os colegas que trabalham com comunicação, independente da sua formação. Acredito que o profissional deve ser medido pela sua capacidade de entrega e não pelo diploma. Calma, não estou me desfazendo da formação, muito pelo contrário, acredito nela como um dos grandes triunfos para se dar bem, mas não podemos mais acreditar que somente o título de formado em tal curso lhe garante ser um bom profissional. Não é assim, não funciona assim na prática. E isso tem se tornado ainda mais confuso em um mundo onde é praticamente impossível separar as áreas da comunicação em caixinhas. A real é que todo mundo tem feito de tudo um pouco.
Evidentemente que, por diversas questões, a gente vai sempre respeitar as formações dentro da comunicação social, mas eu acredito que a gente precisa ao menos promover uma integração maior. Vamos a alguns exemplos: em um mundo onde o contar histórias tem um valor cada vez maior, não faria sentido uma migração de alguns jornalistas para dentro das agências de conteúdo (sei que isso já ocorre em muitos lugares)? Vejo muitos jornalistas preocupados (com razão) pelas radicais mudanças nas redações, mas ao mesmo tempo, vejo uma oportunidade gigantesca para quem tem a habilidade de contar boas histórias. Mas para isso acontecer, precisamos não só derrubar os muros entre as áreas, mas também compreender que existe uma necessidade de trabalharmos mais próximos.
Agências de publicidade têm sofrido transformações exponenciais – para o bem e para o mal – nos últimos anos, e essas mudanças poderiam ser um pouco menos turbulentas se profissionais de relações públicas ajudassem estas empresas a se relacionarem de forma mais harmoniosa a partir de algumas mudanças.
Existe espaço para melhorar tudo para todos, desde que a gente trabalhe junto.
Para fechar o trio tradicional da comunicação social, será que as agências de RP não têm espaço para trazer as mentes criativas dos publicitários mais para perto e colocar no seu molho uma pitada a mais de “ousadia”? Sem dúvida.
Estes são alguns exemplos extremamente rasos, mas que podem ser muito eficazes. Não tenho dúvidas que existem muitas empresas fazendo essa integração, mas ainda vejo muito nariz torcido por aí, reservas de mercado (inclusive baseadas em leis arcaicas) e outras segmentações que perdem sentido ano após ano.
Vamos respeitar o conhecimento de cada área, mas passou do momento da gente se juntar e de fato atuarmos com uma espécie de squad da comunicação.
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