Um dos dilemas de quem trabalha com comunicação gira em torno das oportunidades que surgem para desenvolvermos algum tipo de trabalho, porém, sem nenhuma remuneração. Eu sou suspeito de falar, pois nunca vi gostar mais de um trabalho de graça do que eu, mas resolvi escrever este texto para entrar mais a fundo no assunto.
Sempre parto do princípio de que verdades absolutas são extremamente raras, logo acredito que existem momentos em que é bom trabalhar de graça e que em outros, é a maior roubada. Identificar caso a caso é a grande dificuldade, pois as letras miúdas não escritas são o nosso maior vilão.
Listei 10 questionamentos que são fundamentais para você decidir se pega o bilhete gratuito ou não:
- Você estudou todo o contexto?
Este é o primeiro passo: entender exatamente tudo o que vai implicar este trabalho. Aplicar uma simples matriz SWOT em um guardanapo de papel pode lhe ajudar a responder e entender o cenário como um todo.
- Você vai aprender algo novo?
Muitas vezes fazer trabalhos de graça significa adquirir uma nova habilidade, ou seja, pode ser que você aprenda algo sem ter que colocar a mão no bolso, literalmente.
- Vai gerar relacionamento?
Essa resposta tem um grande valor pra mim, um investidor de relacionamentos. Já fiz e vou continuar fazendo muitos trabalhos gratuitos para estar perto de pessoas interessantes para a minha carreira.
- Isso pode te ajudar a construir algo no futuro?
O grande segredo aqui é o que você vai fazer com estes contatos. Lembre-se: precisa valer a pena ter feito de graça, então já tente prever o quanto este trabalho pode facilitar para que você realize algo ali na frente.
- Alguém que você admira faria de graça?
Usar as referências de profissional como parâmetro precisa contar sempre, não é mesmo? Então pesquise e estude sobre seus ídolos e tente pensar com a cabeça deles.
- Tem algum tipo de verba futura?
Muitas vezes fazer algo de graça pode ser o seu cartão de visitas para conquistar uma verba ali adiante. Então pense bem: de repente passando por esta etapa, você consiga uma remuneração ali mesmo ou em breve.
- Este trabalho atrapalha outro?
Não adianta nada você descobrir um santo para cobrir outro, então analise bem se você pode abraçar este trabalho.
E, para mim, as três perguntas mais importantes:
- Este trabalho está relacionado a algum tipo de sonho pessoal?
Estar perto de alguém que você admira, muitas vezes é motivo suficiente para entrar de cabeça.
- É para fazer o bem?
Essa pergunta só não é mais importante do que a última, mas ela é muito decisiva. Existem muitas iniciativas que farão um bem enorme a outras pessoas e poder ajudar é muito gratificante! Experimente, você não vai se arrepender.
- Você está afim de fazer?
Chegamos ao momento derradeiro disso tudo! E este é um questionamento simples e direto: pense sim ou não.
E lembre-se: se decidir fazer o trabalho de graça, se esforce muito! Pois se não é por dinheiro, é por um motivo ainda mais importante!
LEIA MAIS:
Relações Públicas: o que é? O que fazem?
Implementando a cultura do feedback sem medos