nós não temos como prever, ou criar um manual para como agir quando não estamos num bom dia. vivemos numa sociedade eu diria, doentia, que exige que tenhamos uma alta performance 24 horas por dia, 7 dias por semana.
o que é, humanamente, impossível. por conta disso, a síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, passou a ser considerada uma doença ocupacional. ela foi incluída na classificação internacional de doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS), em janeiro deste ano.
é melhor ter um day off, do que burnout
oficialmente, não temos como manter um bom desempenho o tempo todo. e mesmo assim, nos cobramos e nos sentimos péssimos, quando temos que parar.
porque nós temos. quando negligenciamos isso, o nosso corpo mostra quem manda para nos lembrar que é preciso olhar para ele.
foi isso que aconteceu comigo recentemente. eu fui obrigado a passar alguns dias afastado do trabalho, porque fiquei doente: febre, enxaqueca, desconfortos e tudo mais. precisei tirar uns dias para me recuperar, e confesso que não fiquei muito à vontade com isso.
o que acontece é que, nós nos acostumamos a enxergar as pessoas workaholic como pessoas extraordinárias. um exemplo de obstinação e sucesso. mas ao fazer isso, abrimos mão de muitas outras coisas: convivência familiar, saúde física e mental, e por aí vai.
com esse episódio eu aprendi que é melhor ter um day off, do que burnout.
quer um exemplo melhor do que o meu? acho que todo mundo lembra do episódio com a ginasta americana simone biles, não é?
a atleta que chegou às Olimpíadas de Tóquio como favorita ao pódio em várias provas da ginástica artística, mas abandonou a disputa de quase todas as finais olímpicas para cuidar da saúde mental. antes dela, a tenista japonesa Naomi Osaka, número dois do mundo, havia se retirado do aberto da França pelo mesmo motivo.
assim como elas fizeram, nós precisamos fazer. ainda que determinação e disciplina sejam ingredientes fundamentais para o sucesso, precisamos nos conhecer e caso seja necessário, dar um passo para trás pelo bem da saúde do corpo e da mente.
o processo criativo precisa que você pare
os seus b.o’s vão continuar esperando por você, não se desespere. ninguém vai morrer porque uma tarefa atrasou.
nós não estamos bem todos os dias, em alguns rendemos mais e noutros não, e está tudo bem ser assim. principalmente na área da comunicação, da criatividade, onde trabalhamos com a nossa cabeça. afinal de contas, o processo criativo exige uma boa quantidade de inspiração, organização e, é claro, a criatividade propriamente dita.
e se você estiver com a cabeça cansada, as chances de deixar esses fatores de lado e comprometer o projeto ou ter um resultado ruim, são bem maiores.
no trabalho, é possível perceber o desgaste emocional na frequência de faltas, queda de produtividade, dificuldade de atenção e um sentimento de que os objetivos não estão sendo cumpridos.
pode entrar, bloqueio criativo
isso tudo acontece porque o estresse em excesso é capaz de acabar com a criatividade, é o famoso “bloqueio criativo”. aquele período de dificuldade para iniciar ou concluir um projeto, profissional ou pessoal.
muita pressão, tarefas demais ao mesmo tempo e trabalhos com um tempo de resposta muito curto podem causar isso. tenha em mente que os intervalos necessários são tão saudáveis quanto as restrições do projeto em si.
e a nossa saúde mental impacta desde a nossa capacidade de concluir projetos até a forma como nos vestimos e o que/quando comemos. se ela estiver em péssimas condições, é provável que você fique estressado, triste e apático, e começar ou terminar qualquer coisa vai ser um grande desafio!
por isso a dica do texto de hoje é: dê uma pausa.
essa é a melhor estratégia para quando nos sentimos estagnados ou emocionalmente exaustos. parar, ajuda a espairecer, pensar em outros detalhes e se reconectar ao projeto e voltar com energia renovada.
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