Existe uma máxima que diz: só um tolo responde uma pergunta com outra pergunta. Contudo ela não se aplica aqui. Antes de iniciar um projeto de e-commerce de moda perguntas são suas maiores aliadas, desde que pra cada uma delas você encontre uma resposta.
E a minha resposta momento para a pergunta título do post é: sim e talvez.
Primeiro vamos falar sobre o sim, ok!? Por experiência própria acredito que grandes marcas, já consolidadas, especialmente as que tem confecção própria acertam, em muito, se investem numa loja on line própria. Já estive perto de duas grandes marcas, uma delas bem conhecida e popular no segmento de luxo. Apesar de grande, essa marca tinha grandes problemas de distribuição, muitas das vezes o que se encontrava no ponto de venda não eram as peças que estavam na campanha da marca, pois por questões administrativas os franqueados, muitas das vezes, demoravam a repor seus estoques, enfraquecendo assim aquele frescor pós São Paulo Fashion Week. O segundo exemplo é de uma marca de nicho, camisetas de rock para metaleiros, com loja física na famosa e conhecida Galeria do Rock e distribuição por todo o Brasil, a marca decidiu também comercializar suas camisetas em uma loja virtual, tendo assim um contato mais direto com o consumidor final. Ambas saíram de um cenário B2B para B2C com grande sucesso.
Para ambos os casos foi necessário um novo contingente: logística, equipe, fornecedores, todo um novo modus operandi. E tanto pra uma como para a outra, esse processo trouxe insights maravilhosos sobre interesses e comportamento do seu público, resultando em um planejamento de produto mais estratégico e alinhado a esses interesses. A marca de luxo, antes resistente, entendeu que havia caído no gosto de um novo público e passou então entregar diretamente a ele, aquilo que ele buscava. Para segunda, como já disse antes, uma marca de nicho, foi bacana perceber o quanto o valor agregado ao produto era mais importante que o produto em si, em resumo: camisetas com estampas de qualidade, feitas “para bater”, isto é durar por anos, de bandas que são a razão da vida de muitos fãs, que de tão fãs aceitam esperar semanas por uma peça tão exclusiva.
Se para esse segmento vale a pena criar um e-commerce a resposta é sim.
Contudo, nos últimos anos, vemos uma explosão de novas marcas independentes e uma tendência dos seus gestores em apostar no e-commerce o sucesso do negócio o que por sua vez, pode ser um grande e perigoso equívoco. É aqui que muitas das vezes se aplica a nossa segunda resposta, o temido talvez.
Para novas marcas, especialmente as pequenas, recém iniciantes, o mais importante é a validação do produto, entender se ele é de interesse do seu público, possui aderência, escalonável, se sobrevive a longo prazo. Caso a resposta para essas questões seja sim, aí sim cabe pensar em e-commerce, uma vez que uma loja virtual é só uma forma mais rápida, direta e assertiva de entregar aquilo que seu público busca.
Mas antes de tudo e muito mais importante, é preciso encontrar esse público e ver se o tamanho dele é suficiente para manter o seu negócio de pé. 😉