Se o Branding é cheio de estratégias complexas, por que o Rebranding costuma se limitar a um novo logo?

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É só pesquisar na internet para encontrar mil respostas diferentes sobre o que é Branding. Essa palavra estrangeira ainda é pouco compreendida, mas é um conceito fundamental para marcas que duram além da hype.

É difícil, porém, que ao pesquisar sobre Branding, encontremos qualquer tipo de material confiável que ouse chamar Branding de “loguinho”, em total contrassenso com a definição popular – que cisma em achar que Identidade Visual e Branding são a mesma coisa.

Para John Jantsch, Branding é a arte de se tornar conhecível, agradável e confiável.

Para Neumeier, Branding é a arte de criar diferenciação significativa. É o processo de descobrir, definir e comunicar as qualidades exclusivas que tornam uma marca autêntica, relevante e desejável para seu público-alvo (em referência ao livro “The Brand Gap” – M. Neumeier).

Para nós, d’O Cérebro, Branding é sobre estratégia cientificamente e milimetricamente planejada, que deságua e se traduz em criatividade, envolvendo produtos, pessoas e propósitos. É responsável por gerar conexão genuína com quem consome a marca e se diferenciar/destacar de outras marcas do mesmo ramo. O Branding dá ferramentas para gestão do negócio construir uma trajetória sólida.

Mas e quando falamos sobre o assunto da vez: Rebranding? Ou seja, a reconstrução de um Branding… Como isso é feito?

De forma simplificada, podemos resumí-lo como o processo de recalcular a rota de uma marca, pensando nos pontos de conexão com os consumidores: Mudou o público? Mudou a gestão? Mudou a estratégia? Mudou o objetivo? Mudaram os produtos? Pelos mais variados motivos que possam surgir, houve a necessidade de mudança – essa, que precisa acontecer de dentro para fora.

Nós sabemos que o mercado – cada vez mais – exige mudanças e adaptações. Isso é natural e necessário para todas as empresas, como uma atualização de sistema.

Rebranding é a manutenção do branding da empresa – com motivos distintos, mas um objetivo comum: o reposicionamento de marca no mercado.

Se um cliente chega até você para conversar sobre Rebranding, quais serviços você oferece? Um novo logo é o suficiente? Uma cor?

Rebranding limitado à identidade visual, ou um novo desenho de logo é como trocar de brinco, mas manter a roupa.

Imagine uma pessoa chegando diretamente dos anos 80, com um corte de cabelo ultrapassado, maiô asa-delta, polainas, e falando gírias que os mais jovens não conhecem, mas… Segurando um iPhone 14 Pro Max.

Por mais que a moda seja um exemplo de vai e volta (uma ode a beleza cíclica que é a cultura), esse exemplo ajuda a visualizar a ideia. Dado que a moda é o espírito do tempo, esse espírito ainda está parado rebobinando fita k7.

O iPhone 14 representa nessa analogia o redesign do logo… Mas e a pessoa segurando: se ela continua igualzinha há 40 anos atrás, o que isso transmite para outras pessoas?

Um Rebranding bem elaborado exige estudo do cenário daquela marca ou empresa.

Quais são os reais motivos da busca por atualização? Estude os cenários, mercado, concorrentes, tendências e público. Com esse grande mergulho, o fôlego se restabelece para novas estratégias serem desenhadas, sempre mantendo os principais pilares da empresa.

Nenhuma rota é recalculada com achismos, tirando ideias de gosto pessoal da sua pasta do Pinterest de inspirações. As decisões no Rebranding devem ter embasamento nos estudos prévios. Se não a rota escolhida acaba mirando, sem querer, no poste.

O Rebranding exige um momento Marie Kondo com o seu cliente.

Ser responsável pelo rebranding de uma empresa não é tarefa fácil. Assim como você pode ser apegado a algo que te marcou, mas saiu de moda, o empresário também precisa desapegar de parte de uma história e uma trajetória de sucesso para começar um novo capítulo.

É preciso agradecer ao branding do passado para construir o futuro.

Rebranding é um processo que exige cuidado, detalhismo, humanidade e tato durante o contato com o cliente que solicita o serviço.

Na apresentação do trabalho final para o cliente, explique as metodologias aplicadas e estratégias.

Explicar os conceitos das mudanças também evita refações baseadas em gosto pessoal e passa mais confiança para o cliente. Toda decisão dentro do escopo precisa cumprir papéis estratégicos, não estamos falando sobre feio ou bonito, estamos falando de funcional ou disfuncional.

Construir uma nova imagem de uma empresa com bagagem não é só pintar uma fachada, mas entender onde estão as rachaduras e as estruturas sólidas que dão uma nova cara ao que já está consolidado.

E você? Está pronto para passar a massa ou ainda está pondo band-aid na rachadura?

Obrigada por nos acompanhar até aqui! Se quiser continuar essa conversa, convidamos vocês a ouvirem o EP #11 d’O Neurônio: “Rebranding vs. Redesign”.

Esse artigo foi construído a quatro mãos!

Nayse Casifre e Pip Seger.

Nayse Casifre é Publicitária formada pelo Mackenzie, apaixonada por Psicologia, plantas e viagens, transdisciplinar por natureza e profissão, Estrategista de marcas e Redatora n’O Cérebro. Conheça mais o trabalho dela aqui: https://www.ocerebro.co/team

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Pip Seger
Fundadora, Head de Concept e Direção de Arte na agência ‘O Cérebro’, de Branding e Naming com base em 4 pilares teórico-metodológicos: Neurociência, Psicologia, Antropologia e Semiótica. 
Mestre em Psicologia Social na USP, Especialista em Branding pela IE. Business School de Madrid e Designer Gráfico formada pela Belas Artes. Professora e Palestrante. Co-host do Podcast O Neurônio.
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