Quando você ver turnover, lembre-se: a culpa é sua

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Já passou o recesso de fim de ano, já acabou o feriado de Carnaval e talvez suas férias também já tenham passado. 

Agora me conta, você está se sentindo renovado (a)?

Às vezes, nem alguns dias off ajudam a gente a voltar ao nosso melhor estado, e, boa parte das vezes, isso pode acontecer porque o problema está no lugar para o qual voltamos. 

Em agências de marketing e publicidade é bastante comum casos assim. São lugares que não conseguem organizar a melhor forma para oferecer um serviço de qualidade e manter os profissionais saudáveis. 

Isso, sem dúvida, influencia na permanência das pessoas naquele local. 

Mas também, há casos onde as pessoas decidem buscar alguma oportunidade melhor, e nada tem a ver com a empresa atual, apenas com o desejo de crescimento do profissional. 

Esse movimento, que tem como característica a entrada e saída de colaboradores é chamado de Turnover e não costuma ser benéfico ao negócio.

O que também não significa que as pessoas que deixam o local de trabalho, odeiam aquele lugar e desejam o mal da antiga empresa. 

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Não leve para o coração

Desligamentos acontecem por diversos motivos. mas eles não devem virar uma picuinha, uma briga, um motivo para criar “ranço”. 

Não adianta culpabilizar o funcionário que saiu pelas coisas que não estão indo tão bem. Ou o funcionário querer denegrir a empresa. no final do dia, estamos todos no mesmo ambiente e não é muito mais legal manter uma boa relação com quem você já trabalhou?

Afinal, o que é uma contratação profissional? É um acordo. 

Ou seja, uma pessoa é contratada para exercer uma função, enquanto aquela função estiver sendo exercida de acordo com o esperado, e enquanto aquela função fizer sentido para a pessoa, é um acordo, é mútuo. 

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Ninguém é obrigado a ele, não existe escravidão, ninguém trabalha no lugar de forma obrigatória. Aqui, não vamos entrar no mérito de pessoas que não tem oportunidade, o foco está na nossa bolha.

E nesses casos ninguém é obrigado a trabalhar em lugar nenhum. Se a pessoa resolve trabalhar em alguma coisa, ela escolheu estar ali. Se uma empresa contratou, ela contratou aquela pessoa. 

E se não der certo, rompe o contrato, vida que segue. 

Sim, o mercado é difícil e encontrar bons profissionais não é fácil. Eu já conversei com alguns amigos várias vezes sobre essa dificuldade de contratação que o mercado enfrenta.

Hoje, olhando para a paes.digital, por exemplo, a gente está com três vagas em aberto e sete currículos para avaliar. Para definir quem seriam as pessoas, levamos mais de uma hora. 

Mas agora já temos alinhado quem vai entrar. 

O ponto aqui, não é esse, no entanto. É que nós recebemos fucking 20 currículos bons (desconsiderar aqueles que não se enquadraram pro perfil que estávamos buscando) para as vagas. E isso é demais, porque mesmo com toda essa dificuldade do mercado, tem muita gente a fim de trabalhar com a gente. 

Então, pô, alguma coisa a gente fez certo, se as pessoas querem trabalhar na Paes, né?

Ah mas eventualmente as pessoas vão sair? Sim, mas faz parte do processo de viver. 

A vida é feita de ciclos que começam e terminam

A gente sabe que ninguém vai se aposentar na Paes. Eu mesmo não quero me aposentar na Paes, imagina desejar isso para alguém? 

Já me perguntaram se eu pensava em deixar a empresa para a Becca. E a minha resposta foi não. 

Eu vejo a Paes como um meio para prover um futuro para ela. Mas não um fim. Ela vai ser o que ela quiser, eu não estou criando e nem vou criar ela, com um futuro pré-determinado. 

Tem um livro, do Luciano Santos, chamado “Seja egoísta com a sua carreira”, que fala sobre isso e muito do que já falei aqui outras vezes também. 

A gente tem que pensar em si antes de qualquer coisa. 

O que é melhor pra Paes?

Demitir alguém não é fácil, e alguém sempre chora nesses casos. Não necessariamente no sentido literal, mas ninguém fica feliz com uma demissão, não é?

O outro lado, é quando a gente contrata alguém, que alguém fica feliz. Mas eu contrato aquela pessoa porque estou pensando no que é melhor para a Paes. 

Às vezes, não quer dizer que seja o melhor profissional, ou o melhor currículo, mas sim a pessoa que dá mais fit com a empresa, com nossos propósitos, com nossas premissas, nossas crenças. 

Não adianta ser um baita profissional e não casar com a gente. Inclusive já tivemos muitos profissionais ótimos, que com a gente não deram certo, porque não tinha o fit. E faz parte. 

Só que quando a gente fala de turnover, hoje todo mundo quer crucificar demais o CLT, como se essa condição fosse prejudicial. 

Se a empresa tem um turnover alto, e ninguém fica, é porque tem algo errado nela. 

Pode ser um processo de retenção de talentos ruins, desenvolvimento de talentos ruins, enfim, são várias as possibilidades. 

Na Paes mesmo, essa é uma coisa que exige muito da gente. A gente erra, a gente acerta, a gente erra, a gente acerta, mas a gente vai tentando sempre melhorar. 

Nós já conseguimos virar a GPTW (uma consultoria global que apoia organizações a obter melhores resultados por meio de uma cultura de confiança, alto desempenho e inovação), o que diz algo sobre nós. 

Mas manter não é tão fácil quanto conquistar

Porque é fácil chegar no topo das paradas, o difícil é tu se manter lá, né? 

A nossa premissa sempre foi olhar pra nós, “ah, o mercado tá vendo isso, o mercado tá vendo aquilo”

Não importa. O que a gente tem que fazer pra entregar um lugar cada vez melhor e uma empresa cada vez melhor? 

O nosso ativo são as pessoas, nós trabalhamos com pessoas, através de pessoas, para pessoas.

Então, sempre que você tiver algum problema com turnover, lembre-se que o problema está muito provavelmente na sua operação. Não é o mercado que não te supre com mão de obra qualificada. Ou é tu que não retém talento, ou é tu que não tem o processo de desenvolvimento de talentos também.

Então qual é o teu papel nessa equação? É entender que você tem um acordo com o profissional, você tem que desenvolver o profissional. 

Enquanto fazer sentido profissional e fazer sentido para a empresa, você tem um acordo válido. Na hora de deixar de fazer sentido, tem que desligar. uma empresa não é uma ONG, não tem filantropia. deixou de fazer sentido profissional, procura novos ares.

E mantém sempre a ética e o respeito.

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