O Collins Dictionary anunciou que vibe coding é a Palavra do Ano de 2025, um reconhecimento que revela muito sobre a transformação que estamos vivendo na relação entre tecnologia, linguagem e criação digital.
Destacamos abaixo o que o termo significa, por que ele ganhou protagonismo e como deve impactar o trabalho de marketing nos próximos anos.
O que é vibe coding e por que o termo ganhou relevância
O conceito de vibe coding descreve uma abordagem de desenvolvimento que usa linguagem natural para gerar código com apoio de inteligência artificial. Em vez de escrever cada linha manualmente, pessoas descrevem o que desejam construir e a IA converte essas instruções em software funcional.
O termo ganhou força após ser popularizado por Andrej Karpathy, referência global em IA e cofundador da OpenAI, que explicou a sensação de “poder esquecer que o código existe” enquanto se concentra apenas na ideia ou na experiência desejada.
Hoje já vemos esse modo de criação em plataformas de construção rápida de produtos, automações e sites. Ferramentas como a Lovable, por exemplo, permitem que usuários criem aplicativos completos descrevendo o que querem em poucas frases. A lógica técnica fica nos bastidores, enquanto a criatividade assume o centro da conversa.
Por que isso importa para o marketing?
A chegada do vibe coding representa uma mudança profunda para equipes de marketing, comunicação e conteúdo, especialmente em quatro frentes.
1. Aceleração de projetos digitais
Ao transformar ideias em protótipos rapidamente, o vibe coding reduz custos e encurta ciclos de produção. Times conseguem testar landing pages, assistentes de IA, fluxos automatizados e demos interativos em questão de horas, não semanas.
2. Democratização da criação
Profissionais sem conhecimento em programação passam a desenvolver soluções digitais com autonomia. Isso amplia o repertório criativo e permite que estratégias se transformem em experimentos reais muito mais cedo no processo.
3. Novo papel para especialistas
Embora simplifique o desenvolvimento, o vibe coding exige profissionais capazes de modelar prompts, estruturar fluxos lógicos e garantir que a solução entregue faça sentido para o usuário. Não se trata de substituir desenvolvedores, mas de redistribuir o trabalho criativo e técnico.
4. Testes e personalização em escala
Com a criação acelerada, equipes podem gerar versões diferentes de páginas, produtos e jornadas de usuário para rodar testes A/B quase ilimitados. O marketing se torna mais iterativo e guiado por dados de forma orgânica.
No centro dessa mudança está a capacidade de pensar em termos de intenção, não de execução. O código some, a criatividade ganha espaço e as barreiras entre “ideia” e “produto digital” se tornam menores.
Outras Palavras do Ano em 2025
Além do Collins, outras instituições também divulgaram suas escolhas para 2025, oferecendo um retrato linguístico das tensões culturais do momento.
- Oxford – “rage bait”
Termo usado para conteúdos criados com o objetivo de provocar indignação e gerar engajamento. Um alerta para marcas sobre os riscos de interações polarizadas. - Cambridge – “parasocial”
Palavra que descreve as relações unilaterais entre público e criadores de conteúdo, celebridades ou até inteligências artificiais. Reforça debates sobre influência, proximidade e autenticidade. - Dictionary.com – “67”
A escolha mais curiosa do ano. O número ganhou status de emoji verbal e virou símbolo cultural online, mostrando como memes continuam moldando a linguagem. Trata-se de uma gíria viral e ambígua que se espalhou pelas redes sociais e corredores escolares da Geração Alfa.
Essas seleções reforçam que 2025 é um ano em que tecnologia, emoções e comunidades digitais moldam profundamente a forma como nos expressamos.
O que profissionais de marketing devem observar daqui para frente
O avanço do vibe coding indica que campanhas e experiências digitais serão mais rápidas, customizáveis e iterativas. A habilidade de conversar com sistemas inteligentes, alinhar intenções e transformar ideias em protótipos se tornará parte do dia a dia das equipes.
Não se trata apenas de aprender a “pedir” coisas para a IA, mas de desenvolver uma sensibilidade estratégica que combina criatividade, experiência do usuário e entendimento técnico suficiente para orientar a construção de soluções.
Para marcas, esse cenário abre espaço para experimentação constante e novas linguagens de interação. Para profissionais, é um convite a ampliar repertórios e assumir papéis cada vez mais híbridos.





