Na quinta-feira passada (8), a Disney lançou para o seu principal serviço de streaming, o Disney+, uma nova opção de plano de assinatura: mais barato e com anúncios. A novidade veio cerca de um mês depois da concorrente Netflix também estrear um nível de assinatura mais barato, com suporte para anúncios.
Conforme os anos passam, os valores para assinar os serviços de streaming aumentam e a quantidade de opções para assinar também. Isso faz com que muitas pessoas acabem cancelando suas assinatura, ou optando por assinar apenas um serviço por vez, diminuindo o números de usuários. Então estamos acompanhando um grande movimento de streamings lançando planos mais baratos e com anúncios, no objetivo de atrair mais usuários.
Inicialmente, o plano com anúncios do Disney+ estará disponível apenas nos Estados Unidos, mas a empresa provavelmente começará a explorar os planos patrocinados por anúncios internacionalmente em 2023, disse Rita Ferro, presidente de vendas e parcerias da Disney.
Como vai funcionar
O novo plano com anúncios inclui o mesmo conteúdo do plano sem anúncios do Disney+. No lançamento, o serviço apresentará anúncios pre-roll e mid-roll – antes do conteúdo e no meio – de 15 e 30 segundos. As marcas podem comprar publicidade para toda a rede, independente da programação, o que significa que podem comprar uma parte dos anúncios exibidos em diferentes programações no Disney+.
Para começar, os anunciantes não poderão segmentar nenhum anúncio. Mas, a partir do segundo trimestre de 2023, poderão aproveitar os dados primários dos clientes da Disney para segmentá-los por interesse.
Não será permitida a segmentação para menores de 18 anos, e os anúncios não serão incluídos para usuários que utilizam as configurações do “modo infantil” no Disney+.
Inicialmente, a empresa não aceitará anúncios políticos ou de bebidas alcoólicas, disse Ferro. Também não aceitará anúncios de estúdios concorrentes ou anúncios promocionais “sintonizados” de empresas de mídia concorrentes. Ferro disse também que essas decisões foram tomadas, em parte, porque a segmentação restrita de anúncios não estará disponível no começo. Algumas dessas categorias precisam ser direcionadas ao público apropriado para criar uma experiência de consumo aceitável, acrescentou ela.
O novo plano com anúncios custará US$ 7,99 por mês. Os assinantes que desejam permanecer no plano sem anúncios terão um aumento na sua mensalidade para US$ 10,99 por mês.
Por enquanto, os anúncios só podem ser reservados por meio de parcerias diretas com a equipe de vendas da Disney. Mas, no futuro, a Disney abrirá sua plataforma de autoatendimento para que os anunciantes comprem anúncios do Disney+ de maneira automatizada, disse Ferro.
Fique de olho
Além de trazer novos usuários, a publicidade também pode ajudar as empresas a ganharem mais dinheiro por usuário, o que pode ajudar as divisões de streaming de empresas, como a Disney, a obter lucratividade mais cedo.
A Disney lidera há muito tempo o setor de streaming de anúncios de TV por meio de seu outro streaming, o Hulu (sem versão no Brasil), o que dá aos anunciantes e executivos a confiança de que a integração de anúncios com o Disney+ será uma transição suave.
O Hulu foi o primeiro grande streamer a introduzir “anúncios de pausa”, que aparecem na tela quando você pressiona o botão de pausa enquanto assiste a um programa, e “anúncios compulsivos”, que aparecem apenas para usuários que estão assistindo a uma determinada série de TV. A grande maioria dos assinantes do Hulu hoje está no plano com anúncios.
Ainda no primeiro trimestre de 2023, Ferro disse que o Disney+ poderá oferecer suporte a experiências de anúncios semelhantes às disponíveis no Hulu.
Um movimento esperado
A migração de anúncios da televisão tradicional para os streamings explodiu nos últimos anos. Esse reflexo veio à medida que os profissionais de marketing passaram a procurar alcançar novos públicos, muitas vezes mais jovens, que não costumam assistir a TV aberta. Por exemplo, 40% dos $9 bilhões em dólares de publicidade reservados no Upfront da Disney no começo de 2022, são para streaming e anúncios digitais.
A Disney, em particular, tem enfrentado pressão de investidores que ficaram frustrados com as crescentes perdas em sua divisão de streaming. Mas, apesar dessas perdas, a empresa ainda disse que está no caminho certo para alcançar a lucratividade do streaming em 2024.
Fonte: Axios.