No dia 20 de janeiro de 2025, um novo modelo de chatbot de inteligência artificial foi lançado discretamente na China: o DeepSeek-R1.
Em poucos dias, o DeepSeek, a IA chinesa que promete rivalizar com os gigantes do setor, já estava no topo da App Store dos EUA, derrubou US$ 1 trilhão em valor de mercado das gigantes da tecnologia e colocou o Vale do Silício em alerta.
Mas o que faz o DeepSeek ser tão poderoso? Como essa IA chinesa conseguiu mexer tanto com o mercado de tecnologia e inteligência artificial? Vamos entender!
O que você vai ler neste artigo:
- O que é DeepSeek?
- Por que o mercado entrou em alerta?
- Polêmicas e limitações sobre o DeepSeek
- O que vem por aí?
O que é DeepSeek?
A DeepSeek é uma startup chinesa fundada em 2023 por Liang Wenfeng. Inicialmente parte de um fundo de investimentos, a empresa rapidamente se consolidou no mercado de inteligência artificial.
Seu modelo mais recente, o DeepSeek-R1, foi desenvolvido para competir com os principais chatbots do mundo, como ChatGPT, da OpenAI, e Claude, da Anthropic. Ele se destaca porque:
- É de código aberto, ou seja, qualquer desenvolvedor pode acessá-lo.
- É gratuito, tornando-se uma alternativa acessível frente a modelos pagos como o ChatGPT Plus.
- Tem forte capacidade de raciocínio lógico, algo que ainda é um desafio para muitos chatbots.
- Usa aprendizado por reforço, ou seja, melhora seu desempenho de forma autônoma, reduzindo a necessidade de intervenção humana.
- Foi criado com muito menos dinheiro e menos chips do que os concorrentes, provando que IA avançada não precisa de bilhões em investimento.
Além disso, o DeepSeek-R1 foi desenvolvido mesmo com as restrições dos EUA à exportação de chips para a China. Ou seja, sem acesso ao hardware de ponta das big techs americanas.
Entre os nomes por trás dos avanços da DeepSeek está Luo Fuli, engenheira de 29 anos e especialista em processamento de linguagem natural, que se tornou um dos nomes mais disputados na corrida da IA.
Por que o mercado entrou em alerta?
É que ninguém esperava que a China estivesse tão avançada na corrida da IA.
Em poucos dias, as Magnificent 7 – Apple, Microsoft, Google, Amazon, Nvidia, Tesla e Meta – perderam mais de US$ 1 trilhão em valor de mercado.
O DeepSeek ultrapassou o ChatGPT na App Store dos EUA, tornando-se o aplicativo gratuito mais baixado do país. Ao mesmo tempo, surgiram acusações de que o governo chinês estaria apoiando o avanço da IA para superar os EUA na corrida tecnológica.
A pressão foi tanta que o presidente dos EUA, Donald Trump, se pronunciou sobre o assunto, alertando o mercado para a necessidade de competir com a China no setor de inteligência artificial.
Polêmicas e limitações sobre o DeepSeek
Apesar de todo o sucesso, o DeepSeek também enfrenta seus problemas:
- Censura: como outros chatbots chineses, ele evita responder sobre temas politicamente sensíveis para o governo da China.
- Acusações de plágio: a OpenAI afirmou que a DeepSeek pode ter usado dados do ChatGPT para treinar seu modelo.
- Ataques e instabilidade: o crescimento foi tão grande que a empresa teve que limitar novas inscrições por conta de ataques à plataforma.
Além disso, o DeepSeek já enfrenta restrições em alguns países. Coreia do Sul, Austrália, Itália e Taiwan removeram o chatbot de suas lojas de aplicativos ou impuseram barreiras ao seu funcionamento, alegando riscos à privacidade dos usuários e necessidade de mais regulamentação.
O que vem por aí?
A DeepSeek mostrou que não são só as big techs americanas que sabem fazer IA de ponta.
Agora, além de rivalizar com OpenAI e Anthropic, a startup já começa a expandir suas aplicações. A BYD, gigante dos veículos elétricos, anunciou uma parceria para usar a IA do DeepSeek em seus sistemas de direção autônoma.
A DeepSeek também lançou o Janus-Pro, um modelo multimodal de código aberto que gera e analisa imagens. Segundo a empresa, sua versão mais avançada, Janus-Pro-7B, supera o DALL-E 3 em testes como GenEval e DPG-Bench e pode ser usado comercialmente sem restrições.
Ao mesmo tempo, muitos jovens chineses têm usado o DeepSeek como terapia digital, buscando apoio emocional. Especialistas alertam que, apesar de oferecer um espaço de escuta, a IA não substitui acompanhamento psicológico profissional.
Ou seja, a disputa entre EUA e China pela liderança da IA só está começando – e as próximas rodadas prometem ser ainda mais intensas.
E você, o que acha? O DeepSeek veio para ficar?
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